Domingo, Dezembro 03, 2023
Lifestyle

Feliz São Valente Dia do Azeite

Já comemorei o São Valentim, sim, quando era uma adolescente atiçada pelos corações expostos nas vitrinas como prova de amor (de aprovação, no meu caso).

Esta questão é antiga.

Já entramos na escola primária com aquela pressão de ter um namorado. Ainda nem sabemos o que a palavra significa mas toda a gente acha engraçado perguntar a crianças de 5 ou 6 anos “quem é o teu namorado, quem é?”.

Desde cedo começamos a fazer corações em papel, mal cortados, para entregar ao menino que consideramos mais bonito e cheiroso. No meu caso, era sempre o mais feio, mas o facto de partilhar o leite achocolatado comigo fazia toda a diferença.

Acrescentamos, mais tarde, no papel, uma pergunta dentro dos corações já bem desenhados. “Queres namorar comigo? Sim ou Não”. No meu caso, dado o elevado número de respostas negativas, comecei por acrescentar talvez . Esta alternativa alimentava sempre a minha esperança de, quem sabe, ele gostar de mim, no entanto, precisaria de tempo para pensar.

Esta questão passa a ser verbalizada na nossa adolescência. Já adultos e, nem sempre mas às vezes, com pouca inocência, assumimos que o homem é que deve fazer o pedido. Nós não podemos dar ar de quem quer alguma coisa, especialmente tão novas, para eles não pensarem que somos frescas.

O conceito do dia dos namorados começa a inflamar quinze dias antes de 14 de Fevereiro. Vem o medo de que a relação termine antes da data, e que fiquemos em casa sozinhas a ver O Diário de Bridget Jones. Vem o medo de não receber aquele urso de peluche com um coração a dizer Amo-te, ou a almofada com a nossa fotografia gravada. Vou vomitar…

Isto podia parar por aqui.

Na vida adulta os casais teimam em comemorar esta data. Porquê? Não tenho nada contra, só gostava de entender. Foi ideia de uma mulher, não foi? Para receber um presente, rosas e bombons. É que eu aposto que isto é uma chatice para a maior parte dos homens, até porque, alguns deles, têm de inventar desculpas para outras amigas que possivelmente ocuparão o lugar da actual em Fevereiro do próximo ano. Não? Ok, não! Vá, estou a brincar.

O meu pai sempre comprou presentes para a minha mãe fora da época. Volta e meia, lá aparecia ele com um colar ou um anel, umas flores, etc. O meu irmão deve odiar ter de sair de casa para procurar prendas (eu conheço-o). E o meu namorado… Bom, ainda que ele goste de ser mimado, compreende que eu detesto ter de comprar presentes por obrigação, especialmente no dia mais pimba do ano (esqueçam as festas populares). E pela cara dos homens que entram no restaurante com rosas na mão… Bem, entre fazer isso todos os anos e ter de levar no c* uma única vez na vida, acho que sei o que escolheriam.

O dia dos namorados é o dia do azeite.

Eu que me livre de, algum dia, avaliar um relacionamento amoroso através de comportamentos impostos pelo marketing. Quero lá saber dos presentes, quando a presença dele é que me enriquece.

E se for para me levar a jantar fora, que me leve ao McDonald’s, e não faça figura de burro ao pagar 5 vezes mais por um jantar cheio de corações de papel e purpurina (Sim, a gestão financeira das pessoas diz-me muito sobre elas).

Mas a minha questão é:

Quantas pessoas já terminaram o relacionamento antes do dia 14, só para não terem de passar por isto?

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